7:00 a.m Brasil.
- sai da minha frente -disse Taylor empurrando uma menina da frente de seu armário.
Sexta-feira de manhã ensolarada no Rio De janeiro, e taylor, ou melhor, A Taylor, já estava praticando seu hobbie favorito, o que ela sabe fazer de melhor.
- eu disse pra você sair, nao escutou? -disse novamente, quase puxando os cabelos loiros da menina que, não tinha tanta "moral" quanto ela.
-pode deixar, não suporto ficar perto de coisas que me lembram voce, ou com seu nome. -disse a menina apontando para o grande TAYLOR banhado em purpurina rosa e fitinhas douradas estampado em seu armário.
- foda-se agora sai -ela abriu seu armário, pegou uma mini bolsa onde provavelmente deveria ter maquiagens e mais maquiagens e estalou seu dedos, fazendo um sinal para as meninas que estavam ao seu lado. -vamos.
Ok. Mas não vamos falar de Taylor.
- Demi, você está bem?
- To sim, quero mais que essa vadia morra.
Demetria Devonne Lovato. Sim, vamos falar dela. Loira, de franja, baixinha, com um sorriso encantador e um corpo e um rosto de deixar qualquer um babando. Demi tem 16 anos e mora com seu pai e seu irmão mais velho. Sua mãe morreu quando tinha 6 anos de idade num acidente de carro, desde então vive com seu pai. Estuda num colégio no centro do rio de janeiro desde pequena, e hoje está no primeiro ano do segundo grau. Desde pequena é atormentada por taylor, a patricinha, a lider de torcida, a namorada do capitão de time de futebol da escola, a rainha. Ela nunca foi muito com a cara da Demi, e então mesmo sem ela nunca ter feito nada de errado ou ruim para taylor, ela arrasa com ela todos os dias, desde pequenas. Antigamente era dedurando a demi quando ela tentava colar nas provas, botando o pé pra ela tropeçar quando estava passando. Agora é inventando coisas sobre ela e espalhando pra todos, falando de como ela se veste mal e de como ela é "gorda"... Demi tenta ser forte, mas na verdade Taylor é o seu pior pesadelo. A maioria das vezes em que demi esta chorando, é por causa dela. Ela só faz demi se sentir mal, só a faz sofrer, e o que ela mais queria é se ver longe dessa demonia. Mas ela tenta ser forte, e pelo menos consegue parecer forte.
Demi POV's
Eu mal cheguei na escola e já começou o inferno, como sempre. Meu pai me trouxe de carro e me deixou na esquina da escola. eu vim caminhando até a escola recebendo aqueles "olhares" estranhos de "olha só é aquela garota com a blusa daquela banda de rock estranha". Mas enfim, entrei na escola e logo vi lucy, uma amiga minha que estava abrindo seu armário, fui até ela, esquecendo que o armário da taylor era logo ao lado. Mas chegou uma pessoa pra me lembrar disso, advinha quem.
- você nao pode ligar pra o que ela diz -disse lucy ao meu lado andando pelo corredor da escola - você sabe disso, né?
- sei, fica tranquila, eu não dou a mínima pra o que ela pensa ou diz de mim.
O sinal tocou novamente, avisando que os alunos já poderiam ir para casa. Estava uma multidão na porta do colégio, todos estavam ansiosos para passar o fim de semana na praia ou piscina, e só eu e lucy calmas no corredor. Nós não íamos a lugar nenhum no fim de semana mesmo.
- então é isso, fica bem tá? Tenho que ir, hoje vai ter jantar em família lá em casa, meus primos vão pra lá.
- ah claro, lucy -eu disse ajeitando a mochila no meu ombro -depois a gente se ve. -eu disse vendo ela ir embora.
Eu não me lembro de dizer "jantar em família" deve ser legal se sentar numa mesa grande, ter uma família grande e ver todo mundo comendo a conversando.. isso nunca aconteceu comigo. mas deve ser bom.
Então eu fui pra casa e meu pai estava lavando o carro que ele ama mais do que a própria vida.
- Oi -eu disse tentando desviar dos respingos da água da mangueira -tudo bem?
- Oi filha, como foi a aula?
- Ótima. to subindo. -eu disse passando por ele e dando um beijo em sua "careca" e indo para meu quarto. Cheguei lá em cima joguei minha mochila na cama e fui direto tomar banho, depois meu pai me chamou pra jantar e eu desci.
- o toby já chegou? -eu disse descendo as escadas.
- não, já ta vindo. -disse meu pai arrumando a toalha de mesa.
- Oi gente - disse toby abrindo a porta. -to muito atrasado? - logo tirou a mochila e se sentou a mesa.
- não, atrasado o suficiente para ouvir o que eu tenho a dizer -disse meu pai. -eu recebi uma proposta de emprego.
-legal.
-legal.
Nossa animação pra isso era 0.
- em Londres. -disse meu pai.
-legal -disse toby.
- O QUE? -disse eu espantada. -como assim em londres?
- e a gente vai pra lá, semana que vem. Já achei uma casa. -disse meu pai achando isso a coisa mais normal do mundo.
- não, pai! e tudo que a gente vai deixar aqui?
- tudo o que? -disse meu pai, me fazendo refletir. -a gente não tem nada aqui.
-eu to feliz contando que tenha comida e futebol -disse toby rindo.
- você é um idiota -eu disse para toby. -mas, mas.. e a lucy? -eu disse quase chorando. -nao vou conseguir ficar sem ela.
- claro que vai -disse meu pai passando a mao no meu cabelo, como se isso fosse me fazer sentir melhor. -ela é só uma amiga, você vai fazer outras lá.
"Só uma amiga" só uma amiga nada! Ela é a minha única amiga, a única que me ajudou quando não tinha ninguém ao meu lado, a única pessoa que me entende como ninguém. Em todos os momentos ruins da minha vida, ela estava lá. Mas eu não ia dizer isso ao meu pai, senão ele ia querer saber desses "momentos ruins" e é melhor deixar isso quieto.
- não, pai. não vou não. sabe por que? porque eu não vou pra londres. -eu disse, tentando pela primeira vez fazer "pirraça" pro meu pai. as poucas vezes que eu fiz isso, acabei com um olho roxo.
- o que você disse? -disse meu pai, largando os talheres na mesa e soltando um "olhar" que.. não é muito bom de receber.
- ahm.. nada. eu.. perdi a fome, to subindo. - eu disse largando os talheres e deixando o prato onde estava, apenas empurrando a cadeira para trás, fazendo barulho no chão. Subi as escadas rápido, tentando fazer uma "cena dramática" só escutei meu pai perguntando para toby porque ele tinha demorado tanto a chegar. Ele disse que tinha ficado de castigo na escola e se atrasou. vi que seu pai não ficou nem um pouco comovido com minha cena, e resolvi ficar lá em cima até a hora em que fosse dormir. Cheguei lá em cima e fui pra janela, que tinha um "Banquinho" tipo assim* e me sentei lá. fiquei olhando para janela e vendo o quanto a minha cidade era linda. as tantas vezes que eu disse que odiava onde eu morava, e que é tudo feio.. como me arrependo. Mas, infelizmente, vou ter que me mudar. Mandei um sms pra lucy, dizendo que precisava falar com ela, urgente. Ela não respondeu. devia estar no tal jantar..
- posso falar com você? -toby bateu a porta.
- entra. -eu disse mexendo no celular.
- ei maninha, você não pode ficar assim. -disse ele sentando ao meu lado na cama.
- toby eu não quero me mudar! você não entende? -eu disse deixando de mexer no celular e olhando pra ele.
- entendo.. -disse ele olhando pro chão.
- não, não entende! você quer ir.. -eu disse olhando pra ele triste.
- ah colé.. -ele disse me botando no colo dele e fazendo cafuné. -eu sou menino e não to nem aí pra onde a gente vai ou deixa de ir. foi como eu disse, se tem comida e futebol, to dentro! eu tenho meus parceiros aqui, mas isso não vai me impedir de ir. pensa no papai. -ele sorriu. -eu só acho que a gente tem que fazer isso, por ele. você tem todo direito de ficar chateada, mas tenta fazer isso por ele. desde quando nossa mãe morreu ele nao sai com ninguém e só fica sentado naquele sofá vendo jogo todo domingo e comendo salgadinho.
- você não pode falar nada, você fica lá com ele. -eu disse rindo.
- ah, que isso -ele sorriu -isso é coisa de homem. -ele sorriu de novo. -eu só acho que isso vai fazer bem pra ele, novas pessoas, uma nova casa, talvez até um novo amor.
- é, talvez um novo amor pra ele seja bom.
- e pra você também mocinha -ele disse, me irritando.
- até parece -eu disse rindo
- que nada, você com esse corpão consegue qualquer um que quiser -disse ele sorrindo e depois deu um tapa na minha bunda -mas antes de "conseguir qualquer um" tem que me apresentar. Não vou aceitar um moleque aqui em casa.
- ah, seu idiota. -eu disse rindo -você quer dizer na casa de lá, né.
- é.. promete que vai ficar bem? -ele disse pegando meu rosto e olhando nos meus olhos. Eu apenas sorri, porque nunca imaginei o toby tão... lindo assim comigo. Sabe, a gente sempre briga, como todos os irmãos, e é muito raro ter um momento assim entre a gente.
- obrigada, toby -eu sorri pra ele. -eu te amo muito.
- eu também te amo, sua chata. -ele disse, dando o sorriso mais lindo do mundo.
- eu, chata? você não viu nada ainda. -eu virei a cara pra ele.
- ah é, quer apostar quem é mais chato? -ele disse isso e veio pra cima de mim fazendo cosquinha.
- AAAAHHH NÃO, PELO AMOR DE DEUS PARA COM ISSO -eu disse, histérica como sempre.
- hahaha você que pediu -ele disse sorrindo pra mim.
Talvez ele tenha razão. Eu acho também que eu devo olhar pelo lado positivo.. vou ter uma nova vida, uma coisa que eu sempre peço a Deus. E vou manter o contato com lucy, e ainda vou me ver longe do meu pior pesadelo, a taylor.
No dia seguinte.
Acordei com "wake me up when september ends" e fui me arrumar. Tomei banho botei um short jeans e uma camiseta, desci tomei café e saí pra escola com meu irmão. Meu pai não podia levar a gente hoje, então fomos sozinhos. Até que apareceu uma amigo do Toby, o Joey que estava de carro, e ofereceu carona.
- fala ae, cara! -disse joey de dentro do carro, abaixando o vidro e nos chamando pra entrar -tão indo pra escola?
- claro né, pra onde mais seria? -eu disse
- sei lá querida, a vida tem tantos caminhos, é só você escolher um. -ele disse se achando o filosofo da parada. Eu achei que ele já tinha dado uma tragadinha logo de manhã, mas não ia perguntar.
- ahm, então, vamos. -toby disse entrando no carro. -então, como tá as coisas lá?
- ah tudo na boa, mas vamos ter q comprar outra guitarra, essa deu pau. -disse joey, e eu pude perceber que ele tinha unhas pretas. -mas tirando isso ta tudo bem.
- porra, que merda -disse toby. é estranho ver ele xingar, ele nunca xinga quando está perto do meu pai. -vou ver se consigo alguma, falou?
- po cara, tu é parceiro. -joey tirou as mãos do volante e apertou a mão de toby, fazendo com que o carro perdesse a direção.
- SEU MALUCO! -eu disse botando a mão no volante e direcionando o carro pro meio da rua -quer que a gente morra?
- ih relaxa boneca. -ele riu. -desde quando você tá tão bonitinha assim? -disse ele botando a mão no meu queixo.
- ih sai pra lá, você era mais legal quando não era drogado. -falei, falei mesmo. eu lembro quando ele ia lá em casa as vezes, ele e toby ficavam tocando guitarra e diziam que ia fazer uma banda. Ele não era assim todo doidão, mas continua amigo do toby.
- DEMI! -disse toby, tipo "para!" e eu olhei pra ele tipo "ah, falei mesmo não to nem ai!"
- deixa toby, cada um tem direito de achar o que quiser, mas lembre-se de que as aparências enganam. As vezes você pode me achar uma malucão, mas se você me conhecer de verdade, vai ver que eu sou uma cara muito maneiro. Falando nisso, um dia desses, quer jantar comigo?
Há. Era só o que faltava. Aproveitei que já tinha chegado na escola, e logo saí do carro.
- Claro, é só marcar. -dei um sorriso falso e amarelo, e bati a porta do carro. Logo toby saiu do carro e olhou pra mim. -você sabe que eu não sou maluca, né.
- acho bom -disse toby.
Toby era mais velho 1 ano que eu, eu estava no primeiro ano e ele no segundo, e joey também. Quando cheguei na escola fui logo procurando lucy, pra falar com ela o lance de londres. Quando passei pelas pessoas escutei um monte de gente falando sobre taylor. Ah, meu Deus. O que será que a vaca aprontou dessa vez? Deve ter sido mais um plástica. Mas enfim, seja o que for, nem quero saber porque não faz diferença pra mim. Continuei procurando lucy até que a achei, e fui logo falar com ela.
- lucy! preciso falar com você, recebeu minha mensagem? -eu disse
- não, não recebi. menina, também preciso falar com você! -ela disse toda animada. Deve ser algum menino que pediu pra ficar com ela, ou algo parecido.
- o que? -eu disse um pouco curiosa.
- olha, não é fofoca, mas já ta sabendo da taylor? -ela disse se aproximando de mim, pra que ninguém ouça o que ela estava falando.
- hum, não. Mas ouvi algumas pessoas falando sobre ela. O que houve? -eu disse nem um pouco interessada.
- Você nem vai acreditar! ela vai se mudar! -disse lucy toda feliz.
- Ah, meu Deus! Sério mesmo? Caralho, porra, puta que pariu! Não acredito que vou me ver longe dessa diaba, depois de tantos anos! pra onde ela vai?
- Ela vai pra bem longe, vai pra londres. -disse lucy.
NÃO. não pode ser.
Ela deve tá querendo acabar com a minha vida.
Logo agora que eu tava me conformando!
Isso não pode tá acontecendo..
NÃO, NÃO, NÃO!
- o que foi? você não gostou?
- isso não pode tá acontecendo comigo.. -eu disse, tremendo de raiva.
Agora é oficial, eu odeio a minha vida, e eu não vou pra essa porra de londres.